quarta-feira, 28 de maio de 2014

7ª Corrida Droga Mata

Prova: 7ª Corrida e Caminhada Droga Mata Esporte Salva
Local: Vila Matilde - São Paulo / SP
Inscrição: Gratuita (2 kg de alimento)
Data: 25/05/14
Distância: 5,3 k (8ª)
Geral: 23ª corrida - 2014: 8ª corrida 
Tempo: 31'51'' - Ritmo: 6:00 min/km
Classificação geral masculino: 328º (de 417) - Categoria (35-39): Não divulgado
Resultado oficial: http://www.drogamata.com.br/imagens/MASCULINO.pdf

A 6ª Corrida Droga Mata foi a única corrida em São Paulo com inscrição gratuita que em 2013 eu fiquei sabendo da sua realização, tive oportunidade de fazer inscrição mas optei por uma outra, na mesma data. Mas era por um bom motivo: meus amigos viriam do Rio de Janeiro correr pela primeira vez em São Paulo, e marquei minha estreia nos 10k pra ser junto com eles no Circuito das Estações - Etapa Primavera. Mas na 7ª edição fizemos questão de conhecer essa prova que, além de tudo, tem um ótimo tema como pano de fundo.




Essa é uma prova simples. Em anos anteriores, segundo fiquei sabendo através de amigos, não teve nem camiseta (a desse ano foi de algodão). Distância única de 5km para corrida, num percurso de ida e volta pela Av. Bernardino Brito Fonseca de Carvalho, saindo da Praça Lions na esquina com Av. Radial Leste e indo até o Km 2,65 na altura da Av. Souza Bandeira, retornando pela mesma pista e completando 5,3k de prova.

A retirada do kit contendo a camiseta de algodão, número de peito e chip descartável foi feita no sábado, na Associação Droga Mata, que nos entregou também um jornal institucional da associação. Ali eu notei que encontraria muitos amigos nessa prova. A entrega dos kits foi um pouco confusa, o primeiro atendente conferia seu nome na lista mas era necessário aguardar uma segunda chamada para pegar seu kit. Tempo para bater papo :-)

O domingo amanheceu frio, com temperatura na casa dos 15º. Com o percurso plano, era uma ótima chance de tentar bater meu recorde pessoal nos 5k. Mas eu havia decidido correr essa prova ao lado da minha esposa que buscava seu primeiro sub-30, e o motivo não era apenas incentivá-la: eu também quis descansar dos últimos dois domingos de prova, dia 11/05 na Meia de Sampa e dia 18/05 na areia de Bertioga. Ótima oportunidade pra curtir uma prova junto da minha corredora.

Definimos uma estratégia, e era simples: começar num pace próximo de 6:10/Km e ir acelerando aos poucos pra terminar a prova na casa dos 5:45 no último quilômetro. Pra ela, um ritmo forte, mas perfeitamente possível já que ela havia concluído os 10k na Meia de Sampa com pace de 6:12/km.

Leonor (que não correu essa), Osmar, Edson e Nivaldo
Quando escrevi, lá em cima, que essa é uma corrida simples, talvez os mais saudosistas tenham torcido o nariz. Afinal, quem corre há mais de 20 anos certamente se lembra de ter corrido sem glamour algum, sem água, sem banheiro químico, sem marcação de tempo (somente manual e apenas para os primeiros colocados), etc. Mas as coisas mudaram, e hoje quando vamos para uma prova esperamos contar com alguns serviços mínimos. Muitos não se importam, afinal estamos ali para correr. Outros deixam de participar de provas assim.

Eu acho que muitas organizadoras exageram na tentativa de tornar a corrida "pop". Por outro lado, chegar e ver uma fila de mulheres a 15 minutos da largada tentando usar o único banheiro químico destinado a elas, não é nada agradável. Essa, além da água que faltou pra quem passou com mais de 10 minutos no único posto disponível na prova (ou seja, praticamente metade dos corredores), foram as duas "mancadas" da organização, na minha opinião. De resto, valeu.

Belchior, estava também na corrida em Bertioga domingo passado
Alinhamos para a largada mas antes ainda teve um alongamento e algumas gentilezas partidárias proferidas pelo locutor a um certo candidato e a uma certa rede de televisão. Sem novidade, onde há associação popular há esse tipo de coisa. Achei desnecessário, mas que seja.

Muitos conhecidos das corridas ali estavam. Pude ver o Silas Nogueira, Dudu Valente, José Fortes, Vicente Ramos, entre outros, além dos que eu mostro aqui nas fotos. E, confesso, deu vontade de ir pra cima com eles, de correr pra tentar buscar um bom tempo e melhorar meu RP. Se o cansaço acumulado fosse o único motivo de eu não fazer isso, ele cairia ali, porque nessa hora você esquece tudo. Mas não era. A alegria de poder ver minha esposa quebrar seu recorde mundial pessoal era maior do que quebrar o meu próprio.


Enfim largamos. Comecei a prova olhando mais para o GPS do que pra frente. E acendi a luz de alerta: a Kelly, como eu mesmo fiz durante várias provas e portanto nem posso culpá-la, saiu num pace mais forte do que deveria. Comecei a segurá-la (ué, eu não estava ali para puxá-la?) dizendo "Segura, está forte!" e assim concluímos o primeiro quilômetro em 5m45s. Esse era pra ser o pace do último quilômetro, se tudo corresse bem.

No começo, quando eu ainda era mais iniciante que hoje, eu pensava que isso era bom. Estou descansado, tenho fôlego, me sinto bem, então melhor que ganhe segundos agora no começo. Quem sabe eu consigo segurar por um bom tempo? Mas na prática não é assim que funciona. Após a largada, um ritmo mais forte do que o ritmo pretendido para a prova faz você esgotar suas energias rapidamente. Em pouco tempo o ácido láctico terá atingido níveis mais altos do que sua condição cardio-respiratória será capaz de eliminar. E você provavelmente vai terminar a prova se arrastando, perdendo muito mais do que ganhou no começo.

Pra piorar, a tal falta d'água. Antes do primeiro quilômetro acabar a Kelly me disse que estava com a boca seca. De repente vemos copinhos pelo chão e nada de posto de hidratação. Ainda era o segundo quilômetro e não deu pra acreditar naquilo. Muita gente nem pega água em corrida de 5k, ainda mais com temperatura amena, mas por outro lado em corridas curtas (ainda mais gratuitas) a quantidade de estreantes é grande, não dá pra cometer esse erro. Pois cometeram.

Se o primeiro fosse o último, teria sido lindo
Uma falha a ser consertada, porque essa corrida merece continuar acontecendo todo ano. E não dá pra dizer que isso interferiu significativamente no nosso desempenho. Depois do primeiro quilômetro, nosso pace se estabilizou dentro da estratégia, fazendo cada Km mais rápido que o anterior, mas já com a língua de fora no terceiro quilômetro. Era o momento crucial, em que ela devia estar começando a cansar mas por causa do primeiro quilômetro suicida já estava quase no limite. Os batimentos cardíacos, que eu controlava através da cinta que estava nela e do monitor que estava comigo, não chegaram a atingir o máximo. Mas a condição respiratória estava difícil.

A prova teve 5,3k, como já era de se esperar. Percursos que utilizam uma estrutura do tipo "da praça tal até o retorno na rua tal" não costumam ter medidas exatas, pra isso teriam que mover o pórtico uns 150 metros e sairia da praça, a área mais larga para concentração. A Kelly cruzou a linha de chegada com 31m50s, comigo no encalço com 31m51s (não é que ela deu um sprint nos últimos 50m!). Só em casa, ao sincronizar o meu Nike+ Sportwatch GPS e o aplicativo Strava do celular pude constatar que sim, ela havia atingido o objetivo. Claro, um resultado não oficial, que só serve pra satisfação pessoal. Ainda assim, o resultado de 31m50s é o seu Recorde Mundial Pessoal nos 5k, que antes era de 32m10 e com distância menor, pois os 5k no Aterro do Flamengo não tiveram 300 metros a mais :-P

Corrida bem pertinho de casa
Após a chegada, também não tinha água. Mas tinha algo que a Kelly adorou: Açaí. Aliás, dada a fila para pegar o copinho, não foi só ela que gostou da novidade. Um copinho de açaí pra cada corredor que respeitou a fila, que furou a fila, que fingiu que não tinha fila, enfim, todo mundo feliz.
O kit pós-prova teve uma garrafinha dessas que inflam com o líquido e uma medalha bem pequena, mas com os dizeres da prova, o que sempre é bem legal. Fora o açaí, não teve lanchinho.
Ana Cristina e Marcelo Barreto
A Corrida Droga Mata marcou nossos primeiros 12 meses de provas. A primeira prova, em 26/05/13, foi a Etapa Vila Maria do Circuito Popular de São Paulo, que desde que a atual gestão assumiu a prefeitura, está parado, sem provas. Naquela ocasião, a Kelly terminou o percurso em 40m35s, também com 5,3k e terreno plano. Eu concluí em 26m58s.

Foi muito bom comemorar dessa maneira, correndo nossa primeira prova juntos de ponta a ponta, quebrando o recorde pessoal dela ainda que ela tenha ficado, por um momento, frustrada pois a vontade dela era terminar a prova com o cronômetro marcando menos de 30 minutos, independente de metros a mais ou a menos. Mas isso está próximo, o negócio é continuar firme e determinada.

A corrida, já o disse, é simples. Mas muito bem vinda. Se fosse só uma corrida, já valeria, por ser num bairro onde não há provas, por ter inscrições gratuitas, pelo incentivo ao esporte. Como já citei, muitos fizeram nela sua estreia. Mas não é só isso, existe uma causa: os alimentos doados somaram mais de uma tonelada, mesmo sabendo que nessa hora tem muita gente que "esquece" de doar, de fazer sua parte. Mas aqueles que levaram certamente ajudaram a Associação a auxiliar quem precisa. Que em 2015 possamos ter a 8ª edição e que mais empresas se interessem por ela, elevando assim sua importância e eficácia no combate a essa doença que destrói tantas famílias, tanta juventude, tantos sonhos: o vício das drogas.

26/05/13 - primeira prova
25/05/14 - 23ª prova

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7 comentários:

  1. Ahhh adorei um post só pra mim! Brincadeiras a parte, sim, fiquei um pouco frustrada mas na proxima quem sabe cruzo a linha com folga... Beijo my love.

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  2. Não tem do que se frustrar, você foi muito bem e está melhorando dia a dia. Continue assim! Beijos te amo.

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  3. Só pelo título (que acende o alerta contra o uso de drogas, que matam em larga escala no mundo, não só quem usa, como quem por tabela morre devido as ações violentas do tráfico financiado pelos usuários) a prova merece ser prestigiada.
    Show de bola a doação de alimentos e show de bola o seu desapego a competitividade para ajudar sua amada a quebrar o recorde mundial pessoal.
    Difícil achar um corredor que não seja solidário e que não fique feliz em ajudar um companheiro atleta.
    Mas quando a gente ama, a ajuda com certeza é mais preciosa, e o recorde da Kelly se torna mais valioso que o seu próprio meu amigo.
    Pena que tinham os metros a mais... Mas está valendo. O sub-30' não está no certificado mas é real e tem que ser comemorado. Parabéns Kelly!
    Parabéns Luiz!
    Parabéns Casal que Corre!!!

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  4. Tem razão, Wanderson! Se a corrida, por si só, já é um incentivo ao esporte e tem motivos mais que suficientes pra acontecer, quando ela agrega solidariedade e luta por causas como essa a coisa fica ainda mais grandiosa.
    Nesse clima só poderia vir recorde, dessa vez não meu, mas da Kelly, e como você disse a emoção é a mesma ou até maior do que se fosse o meu próprio!
    Grande abraço, meu amigo!

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  5. Grande Luiz !!

    Parabéns por mais uma prova !!!

    vamos que vamos !!!

    FOrte Abraço

    Léo
    www.pisandoporai.blogspot.com

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  6. Abraços Cantor, até as próximas provas por ai,parabéns pelas publicações ...!!!

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  7. Leonardo e Belchior, muito obrigado pela visita e um ótimo mês de junho com muitos quilômetros pra nós todos!

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